Congresso Brasileiro de Contabilidade chega ao fim com debates sobre governança pública e contabilidade eleitoral
Data de Publicação: 12 de setembro de 2024
O 21º Congresso Brasileiro de Contabilidade (CBC) encerrou sua programação nesta quarta-feira (11/9) com painéis que abordaram temas centrais para a governança pública: a contabilidade eleitoral, o combate a crimes financeiros e o papel da educação financeira. O evento, que reuniu cerca de 7 mil pessoas, foi palco de debates que enfocaram a contabilidade em múltiplas áreas, sob o lema: “Ser Contábil: Humano, Digital e Ético”.
Durante a manhã, o “I Fórum de Governança, Contabilidade e Desenvolvimento Sustentável” analisou os desafios da gestão pública no Brasil. Antônio Lavareda, cientista político, e Marcus Abraham, professor da UERJ e desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), trataram da necessidade de uma administração eficiente para o desenvolvimento econômico e social do país. “Precisamos de um sistema que alinhe transparência, eficiência e sustentabilidade nas práticas de governança”, destacou Abraham.
Lavareda, por sua vez, enfatizou a ocasião das eleições municipais como oportunidade para a discussão de boas práticas de governança, fortalecendo a gestão local e a prestação de serviços públicos. Já Aécio Prado Dantas Júnior, presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), reforçou o compromisso dos profissionais da área com a melhoria contínua da gestão pública, afirmando que “a contabilidade deve estar no centro dos processos de governança para garantir eficiência e responsabilidade nas decisões”.
Contabilidade eleitoral
Outro painel do dia foi o “I Fórum de Contabilidade Eleitoral”, que abordou os desafios e as oportunidades para os contadores no processo eleitoral de 2024. A ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edilene Lôbo, discutiu a função fundamental dos contadores na transparência das campanhas e na prestação de contas. “A contabilidade é vital para garantir a lisura do processo eleitoral. Contadores e advogados devem atuar em conjunto para evitar irregularidades e fortalecer a democracia”, afirmou Lôbo.
Além disso, especialistas como Haroldo Santos e Alexandre Di Pietro sublinharam a importância da capacitação dos contadores eleitorais e o impacto econômico do setor, que movimenta bilhões de reais a cada eleição. “A contabilidade eleitoral é uma área promissora e com grande potencial de crescimento para os profissionais do setor”, comentou Santos, incentivando os contadores a explorarem esse mercado.
Educação financeira e sustentabilidade
Ainda no último dia, o painel “Educação Financeira: uma questão da sustentabilidade” trouxe reflexões sobre as decorrências da educação financeira na vida pessoal e profissional.
Mediado por Kátia Cilene Tavares, vice-presidente do Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina (CRC-SC), o painel mostrou que é preciso capacitar as pessoas desde a infância para tomarem decisões financeiras mais informadas e sustentáveis.
Wenner Lucena, coordenador da Olimpíada Brasileira de Educação Financeira, declarou que “quanto mais cedo se adquire o conhecimento financeiro, melhores são os resultados na fase adulta”.
Vinicius Roveda, CEO da Conta Azul, abordou como as plataformas digitais democratizam o acesso à educação financeira, enquanto Marlise Alves Teixeira, conselheira do CFC, enalteceu o impacto social dessa iniciativa. “Ela promove autonomia e empoderamento, dando às pessoas controle sobre suas vidas e o poder de planejar seu futuro”, ressaltou Marlise.
Combate a crimes financeiros
O painel “O Contador como Ator Relevante na Prevenção à Lavagem de Dinheiro” também chamou a atenção, reunindo Gabriela Figueiredo Dias, presidente do Conselho Internacional de Normas Éticas para Contadores (Iesba), Ricardo Liáo, presidente do Conselho de Administração Financeira (Coaf), e Sandra Maria de Carvalho Campos, vice-presidente de Fiscalização, Ética e Disciplina do CFC. Durante o debate, foi reforçada a importância da atuação dos contadores no combate à corrupção e à lavagem de dinheiro.
“Os contadores são parceiros essenciais no combate à criminalidade financeira, ajudando a identificar operações suspeitas e a garantir a transparência”, afirmou Liáo. Sandra Campos complementou destacando a nova Resolução 1.721/2024, que fortalece as normas para proteger a reputação dos contadores e evitar seu envolvimento em escândalos de corrupção.
O 21º CBC encerrou com a promessa de deixar um legado de debates profundos e transformadores para a classe contábil, reafirmando o papel da contabilidade como peça-chave na construção de uma sociedade mais ética, transparente e sustentável.